terça-feira, 4 de novembro de 2025

São Carlos Borromeu, o reorganizador da Igreja Católica - 04 de outubro

 

São Carlos Borromeu, o reorganizador da Igreja Católica

Origens

Carlos, da ilustre família Borromeu, nasceu em 2 de outubro de 1538, em Arona, Itália.

 O menino revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado dessas qualidades, 

manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e pelo temor a Deus.

Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em 

presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que

 tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos

 profanos eram os sinais mais positivos da vocação sacerdotal.

O Sacerdócio e a Reorganização da Igreja Católica
O ano de 1562 veio a Carlos a graça do sacerdócio. No silêncio da meditação, Carlos 

lançou planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Esses todos se 

concentraram na ideia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja 

mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida 

religiosa. 

Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era Cardeal e foi eleito Papa, 

com o nome de Pio IV) para essa necessidade, reclamada por todos os amigos da 

Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as

 ordens da nova lei, ainda que, por essa obediência, tivesse de deixar sua posição

 para ocupar outra inferior.

São Carlos Borromeu: dom da Caridade  

A Caridade que abre corações
São Carlos sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. Por

 isso, grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando para si só o

 indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, 

distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isso não aguenta comparação com as obras de

 caridade que o Arcebispo praticou. Quando, em 1569-1570, a fome e uma epidemia, 

semelhante à peste, invadiram a cidade de Milão, não tendo mais o que dar, pedia ele 

próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio que teriam ficado 

fechadas.

Consolava os Pobres
Quando, porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste e o povo abandonado pelos

 poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os

 pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos

 sacramentos.

Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que 

possuía para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de cem sacerdotes tinham 

pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida do

 Arcebispo, e esse se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e 

ricos esquecidos de Deus.

Encontro com o Papa
Gregório XIII não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, como

 também recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em 

resposta a esse gesto do Papa, o governador de Milão organizou, no primeiro 

domingo da Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão, 

precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo. 

São Carlos Borromeu possui um coração bondoso com os 

malfeitores

O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera e tantas hostilidades 

contra São Carlos estimulara, no leito de morte, reconheceu o erro e teve o consolo

 da assistência do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão, 

duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O 

Arcebispo gozou desse período só dois anos.

Páscoa

Quando, em outubro de 1584, como era de costume, retirara-se para fazer os 

exercícios espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e

 dizia: “Um bom pastor de almas deve saber suportar três febres, antes de se meter 

na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao

 receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas

 palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha alcançado

 a idade de 46 anos.

Via de Santificação

Foi beatificado em 1602, por Clemente VIII e, depois, canonizado em 1610, por

 Paulo V,  que fixou a festa do santo para o dia 4 de novembro. A grande influência de 

São Carlos Borromeu, pelo que realizou em Milão, serviu de exemplo para que a

 reforma da Igreja acontecesse em muitos outros países, no espírito do Concílio de 

Trento. 

Minha oração

“ Óh, grande bispo, que, na tua sabedoria, soubeste organizar a Igreja e adequá-la ao 

tempo, dai a mesma sabedoria aos nossos bispos e responsáveis para que sejamos 

sempre atuantes na sociedade e propagadores do evangelho como grande obra de

 caridade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. ”

São Carlos Borromeu, rogai por nós!

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