Santo André de Soveral e os 30 companheiros mártires
Origens
A evangelização no Rio Grande do Norte, estado do nordeste do Brasil, começou em
1597. Iniciaram com a catequese dos índios e com a formação das primeiras
comunidades cristãs. Tudo isso, graças aos missionários jesuítas e padres diocesanos
do Reino Católico de Portugal.
Nas décadas seguintes, houve desembarques naquelas terras de franceses e
holandeses. Vieram para o Brasil, com o intuito de expulsar os portugueses dos
lugares colonizados. Em 1630, os holandeses conseguiram seu objetivo,
estabelecendo-se na região Nordeste do Brasil.
Eles, de confissão calvinista e acompanhados de seus párocos, provocaram forte
conflito na região. A princípio de forma pacífica, devido à restrição da liberdade de
culto aos católicos. A partir daquele momento, passaram a ser perseguidos.
“Mártires, durante a missa dominical. Prisioneiros, junto com
o pároco, torturados e mutilados”
São André de Soveral
O padre André de Soveral, pároco de Cunhaú, nasceu por volta de 1572 em São
Vicente, na ilha de Santos; aos 21 anos ingressou na Companhia de Jesus. Ao final
dos estudos, foi enviado para Olinda, em Pernambuco. Especificamente ao centro
missionário de catequese dos índios de toda a vasta região. A partir de 1607, tendo
deixado os jesuítas, o encontramos como membro do clero diocesano e pároco de
Cunhaú: na época do martírio tinha 73 anos.
Páscoa
O Primeiro Momento Martírio
No domingo, 16 de julho de 1645, enquanto celebrava a missa na capela local,
apareceu Jacó Rabe. Ele anunciou importantes comunicações das autoridades
governamentais. Logo após a consagração, uma legião de soldados holandeses,
acompanhados de índios das tribos Tapuias e Potiguari, todos armados, invadiu o
local sagrado, trancou suas portas e atacou ferozmente os fiéis indefesos. Padre
André de Soveral, obrigado a interromper a celebração, conseguiu entoar as orações
dos moribundos com os fiéis. Todos eles foram mortos à espada, exceto cinco fiéis
portugueses que foram feitos reféns. Os assassinos roubaram roupas e objetos dos
cadáveres, depois os destruíram. Os católicos mortos em Cunhaú tinham ao todo
mais de sessenta anos, mas deles só se sabe o nome do pároco e do leigo Domingo
Carvalho.
O Segundo Momento do Martírio
O segundo momento do martírio ocorreu cerca de três meses depois. Em 3 de outubro
de 1645, em Uruaçu, dentro da paróquia Nossa Senhora da Apresentação, liderada
pelo padre Ambrósio Francisco Ferro.
Tomados pelo terror do que aconteceu em Cunhaú, os católicos de Natal tentaram
fugir, em segurança, em abrigos improvisados, mas em vão. Presos, juntamente com
o pároco padre Ambrósio Francisco Ferro, foram transferidos para perto de Uruaçu.
Ali, eles esperavam os soldados holandeses e cerca de 200 índios sob o comando do
líder indígena Antonio Paraopaba, que, tinha um verdadeiro aversão aos católicos. Os
fiéis e seu pároco foram terrivelmente torturados e deixados para morrer em meio a
mutilações desumanas. Os cronista da época ficaram horrorizado ao descrever em
detalhes.
Via de Santificação
Dos numerosos fiéis mortos por causa da fé, em 16 de julho e 3 de outubro de 1645,
e para os quais se manifestou imediatamente uma sólida reputação de martírio,
infelizmente, apenas 30 puderam ser identificados com certeza.
A história do martírio do Padre André de Soveral e do Padre Ambrósio Francisco Ferro, do leigo Mateus Moreira e dos seus vinte e oito Companheiros, beatificados pelo Santo Padre João
Paulo II, em 5 de março de 2000. Foram canonizados pelo Sumo Pontífice, Papa
Francisco, no dia 15 de outubro de 2017.
Minha oração
“Aos mártires que entregaram a sua vida em testemunho da fé na terra de Santa Cruz,
rogamos que nunca falte a fé para o nosso povo, nunca nos falte a esperança no
Cristo e em sua glória, assim como a misericórdia para a nossa salvação na vida
futura. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”

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