sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Santo Afonso Rodrigues, padroeiro de Palma de Maiorca - 31 de outubro

 

Santo Afonso Rodrigues, padroeiro de Palma de Maiorca

Origens 

Natural de Segóvia, na Espanha, veio à luz aos 25 de julho de 1532. Pertencente a 

uma família cristã, teve de interromper seus estudos no primário, pois, com a morte do

 pai, assumiu os compromissos com o comércio. Casou-se com Maria Soares, que

 amou tanto quanto os dois filhos, mas infelizmente, todos, com o tempo, faleceram.

A Crise Espiritual 

Ao entrar em crise espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e, dirigido por 

um sacerdote, descobriu o seu chamado a ser Irmão religioso; e, assim, assumiu 

grandes dificuldades como a limitação dos estudos. 

Entrou para a Companhia de Jesus

No ano de 1571, aos 38 anos, iniciou seu noviciado. Vencendo tudo em Deus, Afonso 

foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão. Sua vida foi uma esplêndida

 realização da vocação. Depois do noviciado, foi enviado para o Colégio de formação

 Monte de Sião em Palma de Maiorca. No colégio, desempenhou os ofícios de

 porteiro; e a todos prestava vários serviços e, dentre as virtudes heroicas que 

conquistou na graça e querendo ser firme na fé, a obediência foi a sua prova de

 verdadeira humildade.

Santo Afonso Rodrigues: Homem Simples 

Vontade de Deus 

Santo Afonso Rodrigues sabia ser simples, pois aceitava, com amor, toda ordem e 

desejo dos superiores, como expressão da vontade de Deus. Tinha como regra 

“Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda parte a Vontade Divina”. Esse 

santo encantador, com sua espiritualidade, ajudou a muitos, principalmente São Pedro

 Claver, um de seus filhos espirituais mais notáveis, quanto ao futuro apostolado na

 Colômbia.

Alma que suplicava Deus 

Sua alma era sedenta de Deus: “A oração que tem é uma súplica a Deus e a Nossa 

Senhora de quatro amores: o amor de Deus; o amor de Jesus Cristo; o amor a

 Santíssima Virgem e o amor de uns para com os outros”. Em sua íntima relação com 

Deus, Maria sempre esteve presente. 

Páscoa

Passou o resto da sua vida como porteiro em um convento da Ilha de Maiorca, onde

 foi exemplo de humildade, obediência, constância e santidade. Místico de muitos 

carismas, Santo Afonso Rodrigues sofreu muito antes de morrer em 31 de outubro de 

1617. Foi canonizado em 15 de janeiro de 1888, por Leão XIII. Ele é o santo padroeiro

 dos goleiros e lanterninhas, e padroeiro de Palma de Maiorca. 

Minha oração

“Santo Afonso, que, por sua obediência, conquistastes o Céu, dai-nos a graça de

 imitar essa virtude assim como o teu modelo de humildade. Ensina-nos a reconhecer

 Jesus nos trabalhos mais simples e desprezados. Amém!”

Santo Afonso Rodrigues , rogai por nós!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 14,1-6

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 

14,1-6

Aconteceu que, num dia de sábado,

Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus.
E eles o observavam.

Diante de Jesus, havia um hidrópico.

Tomando a palavra,
Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus:
"A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?"

Mas eles ficaram em silêncio.
Então Jesus tomou o homem pela mão,
curou-o e despediu-o.

Depois lhes disse:

"Se algum de vós tem um filho ou um boi 

que caiu num poço,
não o tira logo, mesmo em dia de sábado?"

E eles não foram capazes de responder a isso.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

“ESTOU COM FOME”, COMO AJUDAR? - Pe. Gilberto Kasper Teólogo

 

  “ESTOU COM FOME”, COMO AJUDAR?

 

Constatamos um aumento assustador de pessoas em esquinas com semáforos de nossa cidade, com papelões nas mãos e a inscrição “Estou com Fome”. A maioria mal vestida, com aparência de extrema pobreza. É uma das “cortinas” que a realidade nua e crua abre, sugerindo a gritante desigualdade social entre nós. Algumas dessas pessoas são extremamente educadas e se demonstram compreensivas quando não atendidos em seus apelos de uma moeda. Já outras se parecem mais irritadas e até mesmo agressivas quando não obtêm êxito em seus pedidos. Já assisti automóveis sendo riscados por alguns outros, que transitam num piscar de olhos entre carros aguardando o sinal abrir. As “drogas sintéticas” já chegaram a Ribeirão Preto, e as pessoas delas dependentes mais parecem “Zumbis”; pessoas andando de um lado a outro, sem conseguirem parar de pé. Que tragédia, meu Jesus de Deus!

Fico imaginando o perigo a que se expõem essas pessoas, podendo ser atropeladas por algum condutor desavisado, impaciente, apressado seja de carro ou de moto. Não assisti a nenhuma notícia de atropelamento nesses locais, até agora, graças a Deus!

Quando me vem a tentação de pré-julgamento à cabeça, de que tais pessoas sejam dependentes químicos ou alcoólatras, meu coração me avisa, de que na aparência deles, pode-se contemplar a presença do próprio Cristo. E como deve ser então meu comportamento diante de situação caótica como essa? Ajudar com algum valor? Ter sempre algum dinheiro à disposição para evitar mexer em carteira e atrasar o arranque do carro na hora em que o sinal abre? Dizer que não tenho dinheiro à mão naquele momento? Ou simplesmente ignorar a pessoa que se aproxima com o papelão na mão ou a mão estendida? Não há outro jeito a não ser perguntar a própria consciência.

A questão parece ser muito mais profunda do que simplesmente resolver o que a consciência pessoal indica. Até que ponto sou eu o responsável por tamanha “enfermidade social”? De quem seria a responsabilidade? Como agir?

Conhecemos incontáveis iniciativas que amenizam a fome, o frio, as necessidades básicas das pessoas em situação de rua em nossa cidade. Muitas de nossas Comunidades de Fé com seus abnegados agentes de pastoral, de religiões diversas, vão ao encontro desses nossos irmãos, levando-lhes alimentos, vestuários, cobertores e produtos de higiene. Outras tantas Comunidades oferecem cestas básicas e têm milhares de famílias em situação de extrema vulnerabilidade. Há, também, iniciativas muito criativas de empresas, agremiações, da iniciativa privada, enfim. Ninguém duvida das demonstrações de solidariedade descobertas, especialmente em tempo do Natal e Passagem de Ano. O povo é profundamente solidário e fraterno. Sensível e não hesita em partilhar da própria pobreza para amenizar necessidades básicas que causam dor e indignação. Mas tais auxílios pontuais não resolvem o problema.

Sabemos que somos um país rico. Nossa cidade também é considerada ricamente privilegiada. Porém, sabemos também, que a menor fatia do bolo dos orçamentos públicos, que só existem porque pagamos impostos, os mais altos, é destinada à Secretaria da Assistência Social. Haja criatividade para atender às demandas que crescem a cada dia. A criatura humana continua sendo relegada a segundos, terceiros e quartos planos de políticas públicas desumanas. É também verdade que a maioria das pessoas que pedem nos semáforos, não aceita acomodação nas casas de acolhimento, quando abordadas pelos Servidores da Assistência Social.

Ao invés de esmola já passou da hora de juntos, encontrarmos soluções mais criativas que devolvam a dignidade das pessoas em situação de vulnerabilidade. Não bastam respostas imediatas e rasas à nossa consciência ou o que muitos chamam de “desencargo de consciência”. É urgente remetermos nossas sugestões de soluções criativas às OSCs (Organizações da Sociedade Civil ou ONGs), levando-as mais a sério e colaborando para que consigam desenvolver seus Projetos Sociais com mais tranquilidade. Porque são elas, as OSCs, como o FAC – Fraterno Auxílio Cristão, por exemplo, que promovendo as pessoas em sua dignidade humana, que evitam ou pelo menos diminuem pessoas nos semáforos com os papelões nas mãos, dizendo: “Estou com Fome”. Como ajudar?

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

 

 

 

São Marcelo de Tânger, mártir - 30 de outubro

 

São Marcelo de Tânger, mártir

O que Igreja diz

Diz o Martirológio Romano neste dia: “Em Tânger, na Mauritânia, no atual Marrocos, a 

paixão de São Marcelo, centurião, que na festa do imperador, enquanto todos faziam 

sacrifícios aos deuses, jogou o cinto militar, as armas e a própria vida diante da 

insígnia, professando ser cristão e não poder mais obedecer adequadamente ao 

juramento militar, mas apenas a Jesus Cristo, sofrendo assim o martírio por

 decapitação.”

Transmissão de sua Páscoa

A paixão de Marcello chegou até nós em duas resenhas, transmitidas por textos

 dispersos nas bibliotecas de Roma, Bruxelas, Londres, Madrid, Leão, Bordéus etc.

 Foi publicado pela primeira vez por Ruinart, depois por Allard e recentemente por

 Delehaye (1923), por García Villada (1929), por J. González (1943), por B. De Gaiffier

 (1943) e R. Rodriguez (1948).

Registros históricos e estudos

A resenha original é reconhecida como autêntica e consiste em dois relatórios de

 interrogatórios em dois tribunais diferentes com intervalo de três meses, em dois

 locais diferentes. Depois, por volta do século XI, são acrescentadas algumas

 interpolações que fazem de Marcello, o marido de são Nonia, ser o pai de doze filhos:

 Cláudio, Lupercio, Victorico, Facondo, Primitivo, Emeterio, Celidonio, Servando, 

Germano, Fausto, Gennaro e Marziale. A origem e evolução desta lenda, 

profundamente enraizada na tradição cristã do povo leonino, foi cuidadosamente 

estudada por De Gaiffier.

Segundo a passio, portanto, a festa dos “augostos imperadores” foi celebrada em 21

 de julho de 298 e, nessa data, Marcelo, um centurião comum, depôs as armas na

presença das tropas reunidas e proclamou a sua renúncia ao serviço militar. para servir

 na milícia de Cristo. No dia 28 de julho, foi interrogado pelo diretor Fortunato, que 

diante da gravidade do crime decidiu devolvê-lo ao seu superior hierárquico, Aurelio 

Agricolano de Tânger. No dia 30 de outubro, Marcelo foi novamente interrogado, desta 

vez em Tânger, e condenado à morte.

Do estudo cuidadoso de De Gaifiier fica claro que Marcelo é um autêntico mártir 

africano e que só nas sucessivas interpolações da paixão, feitas pelos escritores 

espanhóis, foi transformado em cidadão de Leão, sobre o falso fundamento de que 

pertencia a legio Traiarti, suposto fundador daquela cidade. Após esta identificação,

 feita no sec. XVI, acreditava-se também que Leão poderia indicar a casa do mártir 

perto da Porta Cauriense, hoje transformada em capela dedicada ao Cristo da Vitória.

 Seguindo esta mesma tradição, uma igreja dedicada a Marcelo foi construída em 

Leão com o advento da paz Constantiniana.

O código 11 do Arquivo da catedral de Leão relata que Ramiro I (842-850) “restaurou 

a igreja de Sâo Marcello no subúrbio Legionense perto da Porta Cauriense, fora dos 

muros da cidade…”. Perto desta igreja, surgiu um mosteiro onde viveu o famoso 

teólogo legionense, são Martin, e no sec. XII um hospital com o mesmo nome.

Surgimento da devoção

A devoção que fez de Marcelo o principal patrono da cidade de Leão, no entanto, 

nasceu e desenvolveu-se a partir dos seus restos mortais que foram preservados em

 Tânger, de modo que, imediatamente após a libertação desta cidade pelo Rei de

 Portugal, Leão solicitou os restos mortais de seu mártir. As cidades de Jerez e Sevilha

 também disputaram a sua posse. Em 29 de março de 1493, porém, os restos mortais

 de Marcelo trazidos pelo próprio rei Fernando, o Católico, entraram em Leão e foram 

colocados na igreja a ele dedicada. Segundo documentos contemporâneos 

conservados no arquivo municipal, os restos mortais foram recebidos “como nunca

 houve melhor”.

Relíquias de Marcello 

As relíquias estão hoje guardadas em uma arca de prata no altar-mor; encontram-se

 também um pergaminho que narra a entrada na cidade e os milagres que a 

acompanharam, documentos relativos à doação de uma relíquia de M. à igreja de São

 Gil em Sevilha e algumas cartas do rei Henrique IV de Castela e de Isabel, a Católica, 

ao Papa Sisto IV sobre a transferência do corpo do mártir para Leão.

As relíquias foram transportadas em procissão juntamente com as de São Froilano,

 por ocasião de grandes calamidades públicas. Todos os anos, no dia 9 de outubro, 

data da festa, o capítulo da catedral e a câmara municipal da cidade vão em procissão

 ao templo de Marcelo para assistir à missa solene: os cónegos e os vereadores 

revezam-se para simbolizar o comum e igual direito de patrocínio que durante muitos 

séculos tiveram sobre a igreja de São Marcello e para a qual o prefeito guardou uma 

das chaves da arca que contém as relíquias do santo.

Minha oração

Deus eterno e todo poderoso, que destes a São Marcelo, a graça da fidelidade até a

 morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar, por Vosso amor, as adversidades, 

e correr ao encontro de Vós que sois a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, 

Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. São Marcelo orai por nós e pela Santa

 Igreja! Amém!”

São Marcelo, rogai por nós!