sexta-feira, 25 de abril de 2025

São Marcos, o primeiro a escrever os ensinamentos de Jesus - 25 de abril

 

São Marcos, o primeiro a escrever os ensinamentos de Jesus

Origem
Marcos era de família judaica, também conhecido no livro dos Atos do Apóstolos com

 o nome de João Marcos (cf. At 12, 12). Era filho de Maria, que, segundo a tradição, 

seria uma viúva de boas condições financeiras naquela época. Sua mãe,

 possivelmente, foi quem colaborou com os primeiros cristãos, abrigando-os em sua

 casa no início do cristianismo. 

Interessante
Alguns biblistas cogitam a possibilidade de ter sido a casa da família de Marcos usada 

por Jesus e pelos Apóstolos durante a última ceia.

Vida
Mesmo Marcos não sendo um dos doze Apóstolos, é provável que ele tenha conhecido

 Jesus. Muitos estudiosos da área bíblica acreditam que Marcos foi o rapaz que largou

 o lençol, única roupa em que estava coberto, fugindo nu no momento em que Jesus

 era preso no Getsêmani (Mc 14, 51-52).

São Marcos: descreveu e transmitiu as principais pregações

 de São Pedro sobre Jesus

Primeiras famílias cristãs
O que se sabe com precisão é que São Marcos era primo de Barnabé, figura 

importante na difusão do cristianismo.  Marcos foi grande companheiro de Paulo em

 sua primeira viagem missionária, além de permanecer ao seu lado hora de sua morte.

Discípulo de Pedro

Marcos foi fiel discípulo de São Pedro, em Roma. Pedro demonstrou tal afeição por 

Marcos que o chamou carinhosamente de “meu filho” (cf. 1Pd 5, 13). Foi sob a 

inspiração do Espírito Santo que Marcos escreveu em seu evangelho os ensinamentos do grande Apóstolo Pedro, tornando-se assim o seu intérprete, registrando as pregações do grande Apóstolo. 

Os registros do primeiro evangelho
A principal missão do evangelista Marcos foi descrever e transmitir as principais

pregações de Pedro sobre Jesus. São Marcos tornou-se um grande modelo, pois 

seguiu com fidelidade a ordem de ir pelo mundo inteiro pregando o evangelho a toda 

criatura. Seu evangelho é o menor entre os quatro evangelistas, porém, é considerado

 o primeiro a ser escrito, servido de base para os evangelistas Mateus e Lucas. Seu 

conteúdo é um urgente convite para conhecermos com profundidade quem é Jesus.

São Marcos: Padroeiro de Veneza

Páscoa
Após os martírios de São Pedro e São Paulo, Marcos dirigiu-se para Alexandria, sendo reconhecido como evangelizador e primeiro Bispo desta parcela da Igreja. Marcos morreu entre os anos 68 e 72, acredita-se que foi martirizado em Alexandria, no Egito. No ano de 825, suas relíquias foram transportadas para a cidade de Veneza, onde até hoje é venerado como Padroeiro.

Minha oração
“Que a exemplo de São Marcos, sejamos fiéis, amigos e companheiros uns dos outros

 no serviço da evangelização, levando com coragem a Palavra de Deus ao mundo 

inteiro, despertando nos corações o desejo de conhecer quem é Jesus Cristo.”

São Marcos Evangelista, rogai por nós!


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 21,1-14

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 

21,1-14

Naquele tempo,

Jesus apareceu de novo aos discípulos,
à beira do mar de Tiberíades.
A aparição foi assim:

Estavam juntos Simão Pedro,
Tomé, chamado Dídimo,
Natanael de Caná da Galileia,
os filhos de Zebedeu
e outros dois discípulos de Jesus.

Simão Pedro disse a eles: 

"Eu vou pescar".
Eles disseram: 

"Também vamos contigo".
Saíram e entraram na barca,
mas não pescaram nada naquela noite.

Já tinha amanhecido,
e Jesus estava de pé na margem.
Mas os discípulos não sabiam que era Jesus.

Então Jesus disse:
"Moços, tendes alguma coisa para comer?"
Responderam: 

"Não".

Jesus disse-lhes:
"Lançai a rede à direita da barca, e achareis".
Lançaram pois a rede
e não conseguiam puxá-la para fora,
por causa da quantidade de peixes.

Então, o discípulo a quem Jesus amava
disse a Pedro: "É o Senhor!"
Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor,
vestiu sua roupa, pois estava nu,
e atirou-se ao mar.

Os outros discípulos vieram com a barca,
arrastando a rede com os peixes.
Na verdade, não estavam longe da terra,
mas somente a cerca de cem metros.

Logo que pisaram a terra,
viram brasas acesas,
com peixe em cima, e pão.

Jesus disse-lhes:
"Trazei alguns dos peixes que apanhastes".

Então Simão Pedro subiu ao barco
e arrastou a rede para a terra.
Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes;
e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu.

Jesus disse-lhes: 

"Vinde comer".
Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar
quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.

Jesus aproximou-se, 

tomou o pão e distribuiu-o por eles.
E fez a mesma coisa com o peixe.

Esta foi a terceira vez que Jesus,
ressuscitado dos mortos,
apareceu aos discípulos.

FRANCISCO, O PAPA DA HUMILDADE! - Padre Gilberto Kasper

 

 FRANCISCO, O PAPA DA HUMILDADE!

 

Desde sua primeira aparição no balcão da Basílica de São Pedro, no Vaticano, na chuvosa e fria noite do dia 13 de março de 2013, o então recente papa eleito, demonstrou ser Francisco, o Papa da Humildade. Ele não apenas escreveu ou pronunciou sua doce humildade, mas a traduziu em gestos e atitudes muito concretos, e para alguns do séquito papal, gestos tão simples, que chegaram a escandaliza-los. Deixou, como todo papa eleito, no interior da Capela Sistina, suas vestes vermelhas de cardeal, vestindo a batina branca de papa. Também deixou para trás seu nome de batismo, Jorge Mário Bergoglio. Doravante seria o Papa Francisco. Ao seu lado sentava o saudoso amigo pessoal, Dom Cláudio, Cardeal Hummes, de saudosa memória, que o acalmava enquanto no último escrutínio o nome Jorge Mario Bergoglio ecoava entre os afrescos de Michelangelo, na magnífica Capela Sistina. Dom Cláudio lhe dizia ao pé do ouvido: “Estamos elegendo você. Aceite, por favor, e não se esqueça dos pobres”! O Cardeal Bergoglio suava e tremia como uma vara verde. Balbuciava silenciosamente: “O Senhor não pode estar fazendo isso comigo, meu amigo”! De suas vestes cardinalícias, só levou na mão o solidéu vermelho, e quando chegou à porta de saída da Capela Sistina, colocou-o na cabeça do então Secretário do Conclave, o Arcebispo que fora Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, dizendo-lhe com uma gargalhada: “Agora este é seu”! No primeiro Consistório do Papa Francisco, Dom Lorenzo Baldisseri foi feito Cardeal e Dom Ilson de Jesus Montanari, então Oficial do Dicastério para os Bispos, sucedeu ao novo Cardeal nesse importante serviço, ainda em 2013, sendo sagrado Bispo, como Arcebispo titular de Capocilla, no dia 7 de novembro de 2013, em sua cidade natal de Sertãozinho (SP).

 

Alguns detalhes demonstram a humildade e o desapago do Papa Francisco. Ao chegar ao balcão da Basílica de São Pedro, o cerimoniário (mestre de cerimônias) quis colocar a suntuosa e belíssima estola vermelha, bordada com linhas douradas e cravejada com pedras preciosas, sobre os ombros do Papa, que se recusou a utilizá-la, a não ser na hora de sua primeira bênção Urbi et Orbi (Sobre Roma e o Mundo). Seu olhar sobre a multidão que lotava a Praça de São Pedro e suas primeiras palavras foram tão simples, tão cheias de ternura e humildade, que de pronto encantou o mundo inteiro. Não houve discurso teológico, não houve sermão, não houve promessas. Apenas dois pedidos: “caminhemos juntos”, que ao longo de seu pontificado revelou seu desejo de uma Igreja sinodal, e “rezem por mim”, pedido esse que fez até sua última aparição pública.

 

Durante o jantar na Casa Santa Marta com todos os Cardeais, após sua apresentação ao mundo, Francisco teria dito ao brindarem sua eleição: “Deus nos perdoe o que acabamos de fazer”, referindo-se à sua própria eleição. A maioria dos Cardeais deu longas gargalhadas. Não me perguntem, se todos riram. Mas isso é humano. Desde o início de seu Pontificado, Francisco buscou humanizar tanto seu ministério, como tudo o que se passa entre os muros que cercam o Vaticano. Por isso logo o Papa sugeriu uma “Igreja em Saída” e a exemplo de São João XXIII, começou abrindo as portas e janelas de ambientes mal cheirosos, mofados, esclerosados, enfim. Não existe nada mais autêntico, do que a transparência para superar qualquer tipo de hipocrisia

 

Já Papa eleito, dirigiu-se à Portaria da Casa Santa Marta para pagar sua hospedagem, o que deixou os administradores da Casa de Acolhida estarrecidos. Nos ensinou a honestidade: nada de abuso de poder, como tantos chefes de estados e políticos agem. Fez questão de ir e vir, até a Celebração do Início de seu Ministério Petrino, juntamente com os irmãos Cardeais na Van, ao invés de uma Limosine reservada ao Papa. Numa dessas curtas viagens da Casa Santa Marta ao Palácio Apostólico, sentou-se ao lado de Dom Raymundo Damasceno de Assis. Ao lhe apresentarem o andar em que deveria residir no mesmo Palácio Apostólico, imediatamente se recusou a viver lá. Disse que ficaria muito isolado e distante do povo. Que “o pastor deve sentir o cheiro de suas ovelhas” e gostaria de ficar entre pessoas, lá onde as pessoas estivessem. E assim passou a residir na Casa Santa Marta, por onde passam, diariamente, clérigos e leigos do mundo inteiro. Preferiu lavar os pés de detentos e detentas em Presídios, ao invés de pessoas perfumadas, como muitos de nós fazemos em cada Quinta-Feira Santa, premiando, desse modo, nossos bajuladores ou as pessoas que consideramos “certinhas”! É bem verdade que o Papa Francisco deu bastante trabalho à sua Segurança, mas foi assim que nos permitiu chama-lo Francisco, o Papa da Humildade!

 

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

 

 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

São Jorge, o santo comparado a "São Miguel" no Oriente - 23 de abril

 

São Jorge, o santo comparado a "São Miguel" no Oriente

Origens
São Jorge, cujo nome de origem grega significa “agricultor”, nasceu na Capadócia,

 por volta do ano 280, em uma família cristã. Transferiu-se para a Palestina, onde se 

alistou no exército de Diocleciano. Em 303, quando o imperador emanou um edito 

para a perseguição dos cristãos, Jorge doou todos os seus bens aos pobres e, diante 

de Diocleciano, rasgou o documento e professou a sua fé em Cristo. Por isso, sofreu

 terríveis torturas e, no fim, foi decapitado.

As lendas do Santo
São inúmeras as narrações fantasiosas, que nasceram em torno da figura de São 

Jorge. Um dos seus episódios mais conhecidos é o do dragão e a jovem, salva pelo 

santo, que remonta ao período das Cruzadas. Narra-se que na cidade de Selém,

 Líbia, havia um grande pântano, onde vivia um terrível dragão. Para aplacá-lo, os

 habitantes ofereceram-lhe dois cabritos, por dia e, vez por outra, um cabrito e um

 jovem tirado à sorte. Certa vez, a sorte coube à filha do rei. Enquanto a princesa se

 dirigia ao pântano, Jorge passou por ali e matou o dragão com a sua espada. Este 

seu gesto tornou-se símbolo da fé que triunfa sobre o mal.

Validação Histórica
No lugar da sua sepultura, em Lida, – um tempo capital da Palestina, agora cidade

 israelense, situada perto de Telavive, – foi construída uma Basílica, cujas ruínas ainda

 são visíveis. Até aqui, a Passio Georgii classificada, pelo Decreto Gelasianum, no ano

 496, entre as obras hagiográficas é definida Passio lendária. Entre os documentos

 mais antigos, que atestam a existência de São Jorge, uma epígrafe grega, do ano

 368, – descoberta em Eraclea de Betânia, – fala da “casa ou igreja dos santos e

 triunfantes mártires, Jorge e companheiros”. Foram muitas, ao longo dos anos, as

 narrações posteriores à Passio.

São Jorge: Padreoiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, 

esgrimistas e arqueiros

Padroeiro
São Jorge é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas

 e arqueiros. Ele é invocado ainda contra a peste, a lepra e as serpentes venenosas. 

O Santo é honrado também pelos muçulmanos, que lhe deram o apelativo de “profeta”.

Curiosidade

Entre os cristão do oriente, sejam católicos latinos ou de outros ritos, assim como os 

ortodoxos, a devoção a São Jorge é bem expressiva. Comparando com os cristãos do

 ocidente, é invocado na mesma proporção que São Miguel Arcanjo.

De mártir a Santo guerreiro
Os cruzados contribuíram muito para a transformação da figura de São Jorge de 

mártir em Santo guerreiro, comparando a morte do dragão com a derrota do I

slamismo. Com os Normandos, seu culto arraigou-se profundamente na Inglaterra, 

onde, em 1348, o rei Eduardo III instituiu a “Ordem dos Cavaleiros de São Jorge”. 

Durante toda a Idade Média, a sua figura tornou-se objeto de uma literatura épica,

 que concorria com os ciclos bretão e carolíngio.

Devoção a São Jorge

Memória Facultativa
Na falta de notícias sobre a sua vida, em 1969, a Igreja mudou a sua celebração: de 

festa litúrgica passou a ser memória facultativa, sem alterar seu culto. As relíquias de 

São Jorge encontram-se em diversos lugares do mundo. Em Roma, na igreja de São

 Jorge em Velabro é conservado seu crânio, por desejo do Papa Zacarias. Como 

acontece com outros santos, envolvidos por lendas, poder-se-ia concluir que também 

a função histórica de São Jorge é recordar ao mundo uma única ideia fundamental: 

que o bem, com o passar do tempo, vence sempre o mal. A luta contra o mal é uma 

dimensão sempre presente na história humana, mas esta batalha não se vence 

sozinhos: São Jorge matou o dragão porque Deus agiu por meio dele. Com Cristo, 

o mal jamais terá a última palavra!

Oração
Ó São Jorge, meu Santo Guerreiro, invencível na fé em Deus, que trazeis em vosso 

rosto a esperança e confiança, abre meus caminhos. Eu andarei vestido e armado 

com vossas armas, para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos 

não peguem, tendo olhos não me enxerguem nem pensamentos possam ter para me 

fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se

 quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu

 corpo amarrar. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estendei vosso escudo e 

vossas poderosas armas, defendendo-me com vossa força e grandeza. Ajudai-me a 

superar todo desânimo e a alcançar a graça que vos peço (fazer o seu pedido). 

Dai-me coragem e esperança, fortalecei minha fé e auxiliai-me nesta necessidade.

Amém.

Minha oração
“Poderoso guerreiro, defendei-nos do mal e da tentação, assim como ensinai-nos a 

defender a nossa fé e os mais necessitados, tudo por amor a Cristo. Amém.”

São Jorge, rogai por nós!