O NATAL E A SAGRADA
FAMÍLIA!
Na oitava
do Natal celebramos o Natal e a Sagrada Família! O Natal perdeu muito de seu
verdadeiro sentido. Há 50 anos, antes de entrarmos para a era do
pós-industrialismo e seu laicismo pragmático e materialista, aproximadamente 80
em cada 100 lares tinham ao menos um Menino
Jesus e uma Sagrada Família num cantinho da sala.
O Natal era um momento significativo para o crescimento na fé. E o centro desta
celebração era a pessoa frágil e indefesa do Menino Jesus. Era muito importante
entender Seu nascimento.
Nos
tempos atuais, pelo menos 98% das lojas tem um Papai Noel. Nas vitrines
enfeitadas, Jesus não entra. A Festa do Natal deixou de ser do Menino de Belém
para se tornar daquele que tem coisas para dar às crianças ou aos amigos. Ser
não é importante. Ter ficou mais importante: coisa típica do industrialismo
materialista. Perdeu o grupo, o coletivo e venceu o individualista, o opulento,
o velho (Papai Noel) que tem e dá.
Para a
Igreja, o Batismo é um desafio. É nascer em Jesus e assumir o seu projeto de
vida e liberdade para todos. É andar, pensar, amar e orar com Jesus. É nascer
de novo e ir renascendo a cada dia. E viver o compromisso de fé decorrente do
Batismo. Eis a proposta para uma “Igreja em Saída”, missionária e toda ela
ministerial, como tanto nos pedia o Papa Francisco!
O
Natal insere-se nessa mística. Acontece que a morte tem sido institucionalizada
no triste contexto da civilização das ogivas nucleares, do macro mercado, dos
macros marginais, do crime internacional, da corrupção tão devastada entre os
representantes legítimos do povo, dos juros extorsivos, da morte mais
eficiente, da produção que se perde e do 1,2 bilhão de famintos e miseráveis.
Os
meios de comunicação encarregam-se de difundir a cultura da morte com milhares
de cenas violentas dos Robocops, Rambos, etc. A morte diverte e vende mais. De
tragédias anunciadas, então, nem se fala! Quase não se fala de pessoas
recuperadas de drogas, álcool e vulnerabilidade social. Só são anunciados os
números de óbitos: vidas ceifadas pela violência no trânsito, o que parece dar
mais audiência, ou não! Os números já são tão elevados, que não sensibilizam
mais ninguém.
O
nascimento de um bebê dá menos ibope do que um acidente que fere e mata. A vida
está menos importante num mundo que destrói mares, florestas e nações sem o
menor escrúpulo.
Festejar
o Natal nesse tipo de mundo supõe uma profissão de fé na vida e no Autor dela.
Devolver o Natal às famílias e lutar para que não fique circunscrito às Igrejas
são tarefas desafiadoras. O Natal descristianizou-se e nós permitimos isso.
Papai Noel ocupou o espaço social, econômico, político e até religioso que era
de Jesus. Os cristãos perderam o marketing.
No Natal, fala-se mais de Papai Noel do que de Jesus.
Nós e
nossas Famílias podemos mudar isso! Se colocarmos os símbolos certos em nossas
casas. Se crermos em Jesus. Ele tem de aparecer mais do que o Papai Noel. Mais
ainda: deverá ser percebido em nossas relações humanas de amor e de ternura,
como é O
Natal e a Sagrada Família!
No próximo domingo, dia
28 de dezembro, às 9 horas, somos todos convidados a participar do encerramento
do grande Jubileu do aniversário de Jesus Cristo, na Catedral Metropolitana,
juntando-nos ao nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva. Não teremos,
por isso, a Missa das 9 horas na Igreja Santo Antoninho, na Avenida Saudade,
202, nos Campos Elíseos. Vamos nos encontrar, todos, na Catedral de São
Sebastião!
Pe.
Gilberto Kasper
Teólogo
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