quinta-feira, 6 de novembro de 2025

São Nuno de Santa Maria - 06 de novembro

 

São Nuno de Santa Maria, o grande Santo Condestável

Origens 

Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal em 24 de junho de 1360. Filho do cavaleiro

 dos hospitalários, Álvaro Gonçalves Pereira recebeu a educação cavalheiresca, típica

 dos filhos das famílias nobres de seu tempo.

Juventude
Aos treze anos, tornou-se pajem da rainha D. Leonor, tendo sido bem recebido na

 Corte e acabando por ser, pouco depois, cavaleiro. Em 1376, aos 16 anos, casou-se, 

por vontade de seu pai, com a jovem e rica viúva, D. Leonor de Alvim. De sua união 

nasceram três filhos: dois homens, que morreram em tenra idade; e uma menina, 

Beatriz, a qual mais tarde viria a casar-se com o filho do rei D. João I, D. Afonso, 

primeiro duque de Bragança.

Condestável por D. João I
Em 1383, diante da crise causada pela morte do rei D. Fernando, sem ter deixado

 filhos varões, seu irmão D. João, Mestre de Avis, viu-se envolvido na luta pela coroa

 lusitana, que lhe era disputada pelo rei de Castela por ter se casado com a filha do 

falecido rei. Tomando o partido de D. João, o qual o nomeou Condestável, isto é, 

comandante supremo do exército, Nuno conduziu o exército português repetidas 

vezes à vitória, até ser consagrado na batalha de Aljubarrota, em 14 de agosto de 1

385, a qual acabou por determinar a resolução do conflito.

A  Perspicácia Militar de São Nuno de Santa Maria era

 acompanhado pela sua espiritualidade 

Dotes Militares
Os dotes militares de São Nuno eram, no entanto, acompanhados por uma

 espiritualidade sincera e profunda. O amor pela Eucaristia e pela Virgem Maria eram

 os alicerces de sua vida interior. O estandarte que elegeu como insígnia pessoal traz

 as imagens do Crucificado, de Maria e dos cavaleiros de São Tiago e São Jorge.

 Construiu ainda às suas próprias custas numerosas igrejas e mosteiros, entre os 

quais se contam o Carmo de Lisboa e a Igreja de Santa Maria da Vitória.

Entrada no Convento
Após a morte de sua esposa, no ano 1387, Nuno recusou um novo casamento,

 tornando-se um modelo de pureza de vida. Quando finalmente alcançou a paz, 

distribuiu a maior parte de seus bens entre os seus companheiros, antigos

 combatentes, e acabou por se desfazer totalmente dos demais em 1423, quando 

decidiu entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei

 Nuno de Santa Maria.

São Nuno dedicou-se totalmente aos Serviços do Senhor e de

 Maria 

Abandono das Armas
Impelido pelo amor, abandonando as armas e o poder, para revestir-se da armadura

 do Espírito recomendado pela Regra do Carmo, essa era a opção por uma mudança

 radical de vida em que selava o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado.

Abandono dos Privilégios
O Condestável do rei de Portugal, o comandante supremo do exército e seu guia 

vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao ingressar no convento,

 abriu mão de todos os privilégios para assumir a condição mais humilde, a de frade

 Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor e de Maria — sua Padroeira 

que sempre venerou —, e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.

Páscoa

São Nuno de Santa Maria morreu aos 71 anos de idade. Era o domingo de Páscoa,

 dia 1 de abril de 1431. Após sua morte, passou imediatamente a ser aclamado

 “santo” pelo povo que, desde então, começou a chamá-lo de “Santo Condestável”.

Via de Santificação

Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV 

através do Decreto “Clementíssimus Deus”, e foi consagrado beato no dia 6 de 

novembro. O Santo Padre, Papa Bento XVI, durante o Consistório de 21 de fevereiro

 de 2009, determinou que o beato Nuno fosse inscrito no álbum dos santos no dia 26 

de abril de 2009.

Minha oração

“São Nuno, que soube desapegar-se dos cargos para seguir a Deus por inteiro, rogai

 por nós para que não coloquemos o trabalho ou qualquer outro tipo de coisa acima 

do Senhor Jesus. Que Ele reine em nossas vidas e de nossas famílias. Amém.”

São Nuno de Santa Maria, rogai por nós!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 15,1-10

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 

15,1-10

Naquele tempo,

os publicanos e pecadores
aproximavam-se de Jesus para o escutar.

Os fariseus, porém, 

e os mestres da Lei criticavam Jesus.
"Este homem acolhe os pecadores 

e faz refeição com eles".

Então Jesus contou-lhes esta parábola:

"Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma,
não deixa as noventa e nove no deserto,
e vai atrás daquela que se perdeu, 

até encontrá-la?

Quando a encontra, 

coloca-a nos ombros com alegria,

e, chegando a casa, 

reúne os amigos e vizinhos,
e diz: 

'Alegrai-vos comigo!
Encontrei a minha ovelha que estava perdida!'

Eu vos digo:
Assim haverá no céu mais alegria
por um só pecador que se converte,
do que por noventa e nove justos
que não precisam de conversão.

E se uma mulher tem dez moedas de prata 

e perde uma,
não acende uma lâmpada,
varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la?

Quando a encontra, 

reúne as amigas e vizinhas, e diz:
'Alegrai-vos comigo! 

Encontrei a moeda que tinha perdido!'

Por isso, eu vos digo,
haverá alegria entre os anjos de Deus
por um só pecador que se converte".

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

São Zacarias e Santa Isabel - 05 de outubro

 

São Zacarias e Santa Isabel


Zacarias e Isabel aparecem no primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas, que

 relata:

“Havia, no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, da

 classe de Abias; a sua mulher pertencia à descendência de Aarão e se chamava

 Isabel. Ambos eram justos diante de Deus e caminhavam irrepreensíveis em todos os

 mandamentos e ordens do Senhor. Mas não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e 

ambos eram de idade avançada” (Lucas 1,5-7).

Pelo próprio relato bíblico, descobrimos que viviam na aldeia de Ain-Karim (situada a 

poucos quilômetros de Jerusalém), e que tinham laços de parentesco com a Sagrada 

Família de Nazaré. Zacarias é descrito como um sacerdote, ou seja, aquele 

responsável por unir o povo a Deus. Isabel era descendente de Aarão, o maior 

sacerdote que já existiu. O Evangelho de Lucas os descreve como justos,

 irrepreensíveis e fiéis aos mandamentos do Senhor. 

O matrimônio de Zacarias e Isabel não foi agraciado com o nascimento de um filho,

 pois Isabel era estéril, e ambos eram de idade avançada. Naquele tempo, não gerar

 um filho era tido como uma das piores desgraças, sendo vergonhoso e quase que um

 castigo divino para a sociedade. Entretanto, a união do casal era sólida, e ambos

 amavam e viviam a retidão, recorrendo sempre à força da oração.

Certo dia, enquanto Zacarias rezava no Templo, foi visitado pelo anjo de Deus, que o 

convidou a colocar-se dentro do projeto de salvação e ser pai do precursor, aquele 

que prepararia a chegada do Messias para a salvação do mundo. “Não tenhas medo,

 Zacarias, porque foi ouvida tua oração; Isabel, tua mulher, vai te dar um filho a quem 

darás o nome de João. Ficarás alegre e contente e todos se alegrarão com seu

 nascimento” (Lucas 1,13-14). 

Embora piedoso, Zacarias pediu ao anjo de Deus uma prova. Por este motivo, ficou

 mudo até o nascimento do filho. Isabel ficou grávida e retirou-se ao silêncio e à

 oração, aguardando o nascimento do filho. Maria, sua prima, ao receber do mesmo

 anjo, o anúncio de sua divina maternidade, ficou ciente da gravidez de Isabel. Partiu

 então às pressas para prestar assistência nos preparativos do parto. 

No oitavo dia do nascimento, o menino foi circuncidado, como havia revelado o Anjo.

 A língua de Zacarias se soltou e ele voltou a falar, confirmando que o nome de seu 

filho seria João, um menino com papel singular na história da Salvação da 

humanidade: “Pois ele será grande perante o Senhor…e será repleto do Espírito

 Santo desde o seio de sua mãe (Santa Isabel). Ele reconduzirá muitos dos filhos de 

Israel ao Senhor seu Deus” (Lucas 1,15s).

Quando Zacarias voltou a falar, pronunciou muitas palavras de louvores a Deus, 

“o Benedictus”, também conhecido como “Cântico de Zacarias”. Após o Salmo 

profético de São Zacarias pelo nascimento do filho, perdemos o contato com a vida 

do casal, que, sem dúvida, permaneceram fiéis ao Senhor até o fim de suas vidas.

 Assim, a Igreja, tanto do Oriente quanto do Ocidente, reconhecem o exemplo deste

 casal para todos os casais, já que “ambos eram justos diante de Deus e cumpriram

 todos os mandamentos e observâncias do Senhor” (Lucas 1,6).

São Zacarias e Santa Isabel, rogai por nós!