quarta-feira, 5 de novembro de 2025

São Zacarias e Santa Isabel - 05 de outubro

 

São Zacarias e Santa Isabel


Zacarias e Isabel aparecem no primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas, que

 relata:

“Havia, no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, da

 classe de Abias; a sua mulher pertencia à descendência de Aarão e se chamava

 Isabel. Ambos eram justos diante de Deus e caminhavam irrepreensíveis em todos os

 mandamentos e ordens do Senhor. Mas não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e 

ambos eram de idade avançada” (Lucas 1,5-7).

Pelo próprio relato bíblico, descobrimos que viviam na aldeia de Ain-Karim (situada a 

poucos quilômetros de Jerusalém), e que tinham laços de parentesco com a Sagrada 

Família de Nazaré. Zacarias é descrito como um sacerdote, ou seja, aquele 

responsável por unir o povo a Deus. Isabel era descendente de Aarão, o maior 

sacerdote que já existiu. O Evangelho de Lucas os descreve como justos,

 irrepreensíveis e fiéis aos mandamentos do Senhor. 

O matrimônio de Zacarias e Isabel não foi agraciado com o nascimento de um filho,

 pois Isabel era estéril, e ambos eram de idade avançada. Naquele tempo, não gerar

 um filho era tido como uma das piores desgraças, sendo vergonhoso e quase que um

 castigo divino para a sociedade. Entretanto, a união do casal era sólida, e ambos

 amavam e viviam a retidão, recorrendo sempre à força da oração.

Certo dia, enquanto Zacarias rezava no Templo, foi visitado pelo anjo de Deus, que o 

convidou a colocar-se dentro do projeto de salvação e ser pai do precursor, aquele 

que prepararia a chegada do Messias para a salvação do mundo. “Não tenhas medo,

 Zacarias, porque foi ouvida tua oração; Isabel, tua mulher, vai te dar um filho a quem 

darás o nome de João. Ficarás alegre e contente e todos se alegrarão com seu

 nascimento” (Lucas 1,13-14). 

Embora piedoso, Zacarias pediu ao anjo de Deus uma prova. Por este motivo, ficou

 mudo até o nascimento do filho. Isabel ficou grávida e retirou-se ao silêncio e à

 oração, aguardando o nascimento do filho. Maria, sua prima, ao receber do mesmo

 anjo, o anúncio de sua divina maternidade, ficou ciente da gravidez de Isabel. Partiu

 então às pressas para prestar assistência nos preparativos do parto. 

No oitavo dia do nascimento, o menino foi circuncidado, como havia revelado o Anjo.

 A língua de Zacarias se soltou e ele voltou a falar, confirmando que o nome de seu 

filho seria João, um menino com papel singular na história da Salvação da 

humanidade: “Pois ele será grande perante o Senhor…e será repleto do Espírito

 Santo desde o seio de sua mãe (Santa Isabel). Ele reconduzirá muitos dos filhos de 

Israel ao Senhor seu Deus” (Lucas 1,15s).

Quando Zacarias voltou a falar, pronunciou muitas palavras de louvores a Deus, 

“o Benedictus”, também conhecido como “Cântico de Zacarias”. Após o Salmo 

profético de São Zacarias pelo nascimento do filho, perdemos o contato com a vida 

do casal, que, sem dúvida, permaneceram fiéis ao Senhor até o fim de suas vidas.

 Assim, a Igreja, tanto do Oriente quanto do Ocidente, reconhecem o exemplo deste

 casal para todos os casais, já que “ambos eram justos diante de Deus e cumpriram

 todos os mandamentos e observâncias do Senhor” (Lucas 1,6).

São Zacarias e Santa Isabel, rogai por nós!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,5-10

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 

17,5-10

Naquele tempo,

os apóstolos disseram ao Senhor:
"Aumenta a nossa fé!"

O Senhor respondeu:
"Se vós tivésseis fé,
mesmo pequena como um grão de mostarda,
poderíeis dizer a esta amoreira:
'Arranca-te daqui e planta-te no mar',
e ela vos obedeceria.

Se algum de vós tem um empregado
que trabalha a terra ou cuida dos animais,
por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo:
'Vem depressa para a mesa?'

Pelo contrário, não vai dizer ao empregado:
'Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me,
enquanto eu como e bebo;
depois disso tu poderás comer e beber?'

Será que vai agradecer ao empregado,
porque fez o que lhe havia mandado?

Assim também vós:
quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram,
dizei: 

'Somos servos inúteis;
fizemos o que devíamos fazer' ".

terça-feira, 4 de novembro de 2025

São Carlos Borromeu, o reorganizador da Igreja Católica - 04 de outubro

 

São Carlos Borromeu, o reorganizador da Igreja Católica

Origens

Carlos, da ilustre família Borromeu, nasceu em 2 de outubro de 1538, em Arona, Itália.

 O menino revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado dessas qualidades, 

manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e pelo temor a Deus.

Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em 

presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que

 tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos

 profanos eram os sinais mais positivos da vocação sacerdotal.

O Sacerdócio e a Reorganização da Igreja Católica
O ano de 1562 veio a Carlos a graça do sacerdócio. No silêncio da meditação, Carlos 

lançou planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Esses todos se 

concentraram na ideia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja 

mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida 

religiosa. 

Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era Cardeal e foi eleito Papa, 

com o nome de Pio IV) para essa necessidade, reclamada por todos os amigos da 

Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as

 ordens da nova lei, ainda que, por essa obediência, tivesse de deixar sua posição

 para ocupar outra inferior.

São Carlos Borromeu: dom da Caridade  

A Caridade que abre corações
São Carlos sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. Por

 isso, grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando para si só o

 indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, 

distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isso não aguenta comparação com as obras de

 caridade que o Arcebispo praticou. Quando, em 1569-1570, a fome e uma epidemia, 

semelhante à peste, invadiram a cidade de Milão, não tendo mais o que dar, pedia ele 

próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio que teriam ficado 

fechadas.

Consolava os Pobres
Quando, porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste e o povo abandonado pelos

 poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os

 pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos

 sacramentos.

Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que 

possuía para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de cem sacerdotes tinham 

pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida do

 Arcebispo, e esse se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e 

ricos esquecidos de Deus.

Encontro com o Papa
Gregório XIII não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, como

 também recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em 

resposta a esse gesto do Papa, o governador de Milão organizou, no primeiro 

domingo da Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão, 

precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo. 

São Carlos Borromeu possui um coração bondoso com os 

malfeitores

O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera e tantas hostilidades 

contra São Carlos estimulara, no leito de morte, reconheceu o erro e teve o consolo

 da assistência do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão, 

duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O 

Arcebispo gozou desse período só dois anos.

Páscoa

Quando, em outubro de 1584, como era de costume, retirara-se para fazer os 

exercícios espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e

 dizia: “Um bom pastor de almas deve saber suportar três febres, antes de se meter 

na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao

 receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas

 palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha alcançado

 a idade de 46 anos.

Via de Santificação

Foi beatificado em 1602, por Clemente VIII e, depois, canonizado em 1610, por

 Paulo V,  que fixou a festa do santo para o dia 4 de novembro. A grande influência de 

São Carlos Borromeu, pelo que realizou em Milão, serviu de exemplo para que a

 reforma da Igreja acontecesse em muitos outros países, no espírito do Concílio de 

Trento. 

Minha oração

“ Óh, grande bispo, que, na tua sabedoria, soubeste organizar a Igreja e adequá-la ao 

tempo, dai a mesma sabedoria aos nossos bispos e responsáveis para que sejamos 

sempre atuantes na sociedade e propagadores do evangelho como grande obra de

 caridade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. ”

São Carlos Borromeu, rogai por nós!