terça-feira, 6 de maio de 2025

São Domingos Sávio - 06 de maio

 

São Domingos Sávio, padroeiro dos adolescentes e das mulheres grávidas

 

Nascimento

Domenico Sávio, para nós, Domingos Sávio, ou simplesmente Sávio, foi um

 adolescente fruto do Sistema Preventivo de Dom Bosco. Uma comprovação provinda

 diretamente do Oratório de Valdocco (Oratório de São Francisco de Sales), ventre de

 toda a missão dos SDBs (Salesianos de Dom Bosco). Sávio nasceu em 2 de abril de 

1842, na Itália, na região de Castelnuovo de Asti em Morialdo. Filho de Carlo Sávio e 

de Brígida Rosa, uma família simples e pobre, mas com fecunda fé cristã: “Todos os 

desvelos e preocupações dos pais tinham em mira a formação cristã do filho, que, 

desde essa época, era o enlevo do seu coração. A natureza dotara-o de uma índole

 admirável e de um coração inclinado à piedade”.

Introdução cristã

Sávio teve a graça de já criança receber e até mesmo ter uma compreensão da

 vivência da fé cristã. Apesar de já vir com certa naturalidade a uma vida cristã, ele não

 teria crescido tão rapidamente na santidade, se não fosse a sua abertura para as 

orientações e ações de seu pai espiritual, Dom Bosco. Ele, de fato, foi um tecido nas

 mãos do alfaiates para fazer um belo terno para Jesus.

Um belo tecido

É esta disposição de um querer a santidade que faz Domingos Sávio ser tão atual. A 

santidade é a resposta do chamado cristão que reflete em sua realidade, em sua

 história, e não descarta a si mesmo nem aquilo que acontece em sua volta. Os santos

 são frutos de sua época. Podemos imitar Domingos? Sim, podemos. Mas não 

podemos fazer exatamente aquilo que ele fazia ou ser uma cópia, precisamos adaptar

 para a nossa realidade, e essa readaptação se faz, novamente, em abertura ao 

Espírito Santo. Sávio nos mostra a importância dessa abertura. Quando se encontrou

 pela primeira vez com São João Bosco, isso em outubro de 1854, colocou-se à 

disposição de um alfaiate para poder ser uma pessoa melhor. Podemos ver esse 

diálogo, narrado por Dom Bosco, desse modo:

“(…) Depois de uma conversa bastante prolongada, antes de eu chamar o pai, 

disse-me estas textuais palavras:

-Então, que lhe parece? Leva-me para Turim, para eu poder estudar?

-Parece-me que o tecido é bom.

-E para que pode servir este tecido?

-Para fazer um belo terno para oferecer ao Senhor.

-Por conseguinte, seu sou o tecido, seja V. Revª. o alfaiate; leve-me consigo e faça 

um belo terno para Nosso Senhor.

-Receio que a tua frágil saúde não dê para aguentar os estudos.

-Não tenho medo. Deus, que até hoje me deu saúde e graça, também há de 

ajudar-me daqui em diante.”

E, assim, o diálogo e o encontro dos dois santos foram acontecendo. Sávio colocou-se

 à disposição da graça de Deus. Além disso, nos mostra como é importante caminhar 

com o “acompanhante de viagem” (diretor espiritual) para buscar a santidade. O 

caminho de santidade não tem como se fazer sozinho, é preciso de um amigo da 

alma, alguém que nos conheça e nos ajude nesse propósito, pois ele também

 conhecerá o tecido que tem e saberá qual é a melhor forma de bordar. É um caminho

 de autocompreensão, de como deve seguir e ser santo, conforme seu perfil chamado,

 vocação… Sávio demonstra abertura.

Escolha pela santidade

Domingos Sávio escolheu buscar a santidade, sabia que tinha seus limites e sabia que

 tinha pecado. É por isso que ele buscava a Misericórdia, pois nela somos no Amor.

Cada santo tem uma certa receita para percorrer a santidade, obviamente todos se

 baseiam no Evangelho, em Jesus Cristo. Mas cada um vai adaptando ao seu estilo de

 ser, assim como Beato Carlo Acutis também fez sua lista, o nosso Domingos também 

imeira eucaristia, isso aos 7 anos de idade, ele fez a sua primeira lista, e aqui aparece

 a sua tão famosa frase:

1- Confessar-me-ei frequentemente e farei a comunhão todas as vezes que o 

confessor me der licença.
2 – Quero santificar os dias festivos.
3 – Os meus amigos serão Jesus e Maria.
4 – Antes morrer do que pecar.

Escolher a santidade é escolher a radicalidade do evangelho. É seguir a fala de Jesus: 

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”

 (Mateus 16, 24). É exatamente isso que Sávio escolhe ao pensar no antes morrer que

 pecar, ele não está querendo a morte em primeira mão, ele está querendo seguir a 

Cristo e ir para o Céu, mas, para isso, ele se disponibiliza por inteiro, dá a sua vida e, 

se for preciso, entregar-se na cruz. Recordemos que esse “dá a sua vida” acontece

 no nosso dia a dia, no nosso cotidiano, é aí que a santidade acontece, não pensemos

 que seremos santos no dia para o outro, ela passa por um processo educativo, ela

 passa pelas ações da nossa vida e também em nossas limitações e amadurecimentos.

Sávio escreveu esses 4 pensamentos aos 7 anos de idade, mas foi amadurecendo

 esses propósitos com o tempo e auxílio de Dom Bosco. Em Valdocco pôde dizer “Aqui 

a santidade consiste em estarmos sempre alegres”.

Aprendeu que não é preciso fazer coisas extraordinárias para ser santo, basta fazer 

bem as coisas ordinárias com muito amor, é oferecer aquilo que acontece no ordinário:

ter paciência, suportar o calor, o frio, o vento e a chuva, o cansaço do trabalho, os

 incômodos, o ônibus cheio ou o trânsito parado, a educação dos filhos, os estudos.

 Enfim, tudo o que fazemos no nosso dia a dia e que, muitas vezes, esquecemos que 

pode ser via de santificação.

Paciência e exercício

Sávio era um típico camponês italiano, tinha uma personalidade forte, teve de ser

 moldado, assim como foram São Francisco de Sales e São João Bosco. Domingos 

teve de ter paciência, teve de se conhecer para ser santo. 

Quando ainda era pequeno e morava com seus pais, tendo chegado uma visita sem 

avisar, na hora do jantar, colocando-se à mesa e, comendo como “um porcalhão”

(pensamento esse de Sávio), Domingos apenas se levantou e saiu; depois, os seus 

pais chamaram a sua atenção dizendo que era muita falta de educação se retirar da 

mesa sem a autorização dos pais e ainda com visita. Mas Sávio rebateu falando que

 não se sentia bem à mesa com alguém que não reza e que comia como um animal…

 Seu pai concordou, mas disse então que devemos ajudar os outros com paciência, e 

não simplesmente se afastando.

Num outro momento, já em Valdocco, tendo praticamente a função de um jovem líder

 do Oratório, viu que um dos meninos começou a brigar e falava muitos palavrões e, 

como de costume, interviu na situação, mas a situação terminou diferente: o brigão 

respondeu à correção de Sávio dizendo para ele não se intrometer na vida dos outros 

e, dizendo isso, lhe deu um soco nele. Domingos caiu no chão e seus amigos queriam 

defendê-lo, mas o nosso santo respondeu: “Não façam isso, vocês não sabem o 

quanto que me segurei para não revidar o soco nele”. Somente uma pessoa que se

 conhece bem e que é maduro o suficiente pode agir dessa maneira. Mas Sávio não 

parou por aí, o agressor viu em suas ações uma verdade, que o levava a uma alegria 

autêntica. E, por meio dessas ações do santo, o agressor se converteu, buscou os 

sacramentos e se tornou um grande amigo de Domingos Sávio, e ainda o ajudou na 

epidemia de cólera que aconteceu em Turim.

É o que São João Paulo II disse em uma homilia em 1997, na paróquia romana de 

São Domingos Sávio: “Como São Domingos Sávio, sede todos missionários do bom 

exemplo, da boa palavra, da boa ação em casa, com os vizinhos e com os colegas de

 trabalho. Em todas as idades, com efeito, pode-se e deve-se testemunhar Cristo! O 

empenho do testemunho cristão é permanente e cotidiano”.

Domingos, um grande amigo
A amizade é um presente importante e nela aprendemos a ver o dom especial de

 Deus. Sávio teve grandes amigos, como o Beato Miguel Rua, que foi o primeiro

 sucessor de Dom Bosco; o Cardeal Missionário Giovanni Cagliero; os amigos da 

Companhia da Imaculada; Camilo Gávio (foi para esse amigo que Sávio disse que a 

santidade consistia em estar sempre alegres e fazer bem as coisas); e João Massaglia

 (ambos faleceram ainda jovens). Todos e muitos outros foram presentes na vida de

Sávio. Por amar tanto os seus amigos, chorou dias após a morte de seu melhor amigo, Massaglia. Recordou o próprio Dom Bosco: “Ao perder aquele amigo, Domingos ficou profundamente

 contristado e, embora resignado à vontade de Deus, chorou-o durante muitos dias.

 Foi esta a primeira vez que vi aquele semblante angélico entristecer-se e chorar de 

dor. O único conforto que teve foi rezar e pedir que rezassem pelo amigo”.

Entrega de sua vida a Deus
Domingos Sávio se despediu do Oratório, de seus amigos e de Dom Bosco com muito 

sentimento, não queria ir para a casa de seus pais para tratar a tuberculose, ele queria

 morrer ali no Oratório. Mas, mesmo assim, disse aos seus amigos: “Adeus, queridos

 companheiros, adeus a todos. Rezai por mim. Espero que voltemos a ver-nos no 

Céu, onde estaremos para sempre com o Senhor”. 

Chegara o dia 9 de março de 1857, Domenico Sávio, disse sua última frase: “Oh! Que 

belas coisas estou vendo”. Sávio entregou sua breve vida, um pequeno que se fez

 grande em meio aos seus amigos, ajudando a cada um a ser o melhor que poderia 

ser em seu cotidiano. A sua vida, pode-se dizer, reflete aquela oração que fez no dia 

de sua morte:

“Senhor, a liberdade eu dou a Vós, Eis as minhas forças, o meu corpo, mais tudo

 eu Vos dou, pois tudo é Vosso, ó Deus, na vossa vontade eu me abandono.”

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