O
TRÂNSITO CONTINUA VIOLENTO!
Posso parecer repetitivo. Não tem outro
jeito. Preciso voltar a escrever o que já divulguei em meus modestos artigos
inúmeras vezes. É como decorar a tabuada. Se sei a tabuada de cor, é porque a
repeti tantas vezes quantas foram necessárias. Não é por falta de assunto. É
por convicção e temor. Estou com muito medo do trânsito em nossa amada cidade e
região.
Durante o primeiro semestre
do ano acompanhamos os mais diversos Veículos de Comunicação divulgando amplas reportagens
por um Trânsito mais educado, humano e menos violento. Já conhecemos as
estatísticas assustadoras de vítimas do trânsito principalmente da cidade de
Ribeirão Preto. Insisto, como muitos sociólogos, na afirmação de que o trânsito
de uma cidade demonstra o grau de educação do povo da mesma. E então nossa
resposta se dá na estatística do elevado número de óbitos e fraturados. Todos,
frutos de nosso egoísmo, falta de atenção, sensibilidade, raiva, pressa, sem
falar nas constantes infrações que vamos cometendo, como avançar sinal
vermelho, vias preferenciais sem observar a Placa “PARE”, falando ao celular e
acelerando para que ninguém nos ultrapasse.
Ninguém escapa da
tragédia em que se transformou o trânsito de nossa Metrópole. Tem-se a
impressão de que motoristas, motociclistas e nem por último transeuntes
pedestres fazem questão de viver no limite do perigo, colocando, igualmente, a
vida dos outros em risco iminente de morte.
As grandes avenidas se
tornam cada vez mais perigosas. Já nos bairros, as vias preferenciais são
desrespeitadas com boa sinalização ou não. Mesmo assim a fiscalização por
radares continua “atrás das moitas” de grandes avenidas. A arrecadação seria
bem superior, se os Guardas multassem abertamente mais naquelas vias tão
amplamente divulgadas pelas reportagens exibidas nesse primeiro semestre do ano.
As multas seriam bem mais volumosas e a pontuação nas carteiras de habilitação
talvez sensibilizassem mais nosso povo pela punição, já que transitam,
egoisticamente, sem educação.
Alguns afirmam que a
sinalização da cidade está precária. Não concordo. Observo carros e motos
ignorarem os sinais mais visíveis e evidentes, sem nenhum escrúpulo. Os
acidentes já se tornaram tão triviais, que nos acostumamos a eles sem nenhuma
indignação. Por isso certos psicanalistas afirmam que as pessoas estilam ódio,
raiva e desalentos no trânsito, como “válvulas de escape”, sem importarem-se
mais com o valor da vida, como se espera do ser humano.
O desrespeito no
trânsito começa com a não observância dos sinais. Passa depois para xingamentos
mal-educados e muitas vezes agressivos. Daí para uma batida ou atropelamento
basta mais alguns segundos e pronto. Não vejo por que a facilitação de armas em
nosso País, já tão menos pacífico do que há alguns anos. A má condução de
qualquer veículo se tem tornado armas perigosas, ferindo e matando como nunca
antes. Por isso meu apelo a todos os queridos interlocutores: não procuremos
culpados fora de nós mesmos; façamos cada um, nossa parte, reassumindo com
responsabilidade o valor da própria vida e da vida do próximo. Só assim o trânsito deixará
de ser uma tragédia. Causaremos menos despesas na Saúde, no bolso e
certamente evitaremos um número bem menor de mortes causado pela simples
irresponsabilidade ao volante!
O trânsito continua
matando! O trânsito continua violento. Minha súplica se estende aos queridos
leitores, de que sejamos mais humanos – Anjos de Guarda uns dos outros – porque
infelizmente o trânsito continua violento, fraturando e também ceifando muitas
vidas, por vezes ainda tão jovens!
Pe. Gilberto Kasper
Teólogo
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